Início / Notícias / As novas gerações de trabalhadores alteraram as regras da atração de talento?

As novas gerações de trabalhadores alteraram as regras da atração de talento?

Uma reflexão da Diretora Isabel S. Luís para a Revista Pessoal.

 

Para responder a esta questão de forma inequívoca e assente na auscultação dos próprios, o estudo realizado pelo Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável (BCSD), a Deloitte e a Sonae veio auxiliar em muito as organizações a perceber o que motiva estas novas gerações e o que as faz mover no mundo do trabalho para se puderem adaptar da melhor forma.

A geração millennial, como é designada a geração de jovens nascidos entre 1983 e 2000, que têm atualmente entre 17 e 34 anos, em Portugal representa cerca de 27% da população total ativa e, aproximadamente, 32% da população empregada, segundo as estatísticas nacionais. Assim, não sendo a geração mais expressiva no total de trabalhadores portugueses é a geração que tem uma atitude perante o trabalho completamente diferenciadora das anteriores e a que está a forçar as empresas a repensar os seus modelos de gestão e de retenção de talento.

O estudo deixa claro que metade dos millennials espera sair da organização onde trabalha nos próximos cinco anos, e retê-los não passa por aumentar o salário. O que procuram é um propósito na sua missão e possibilidades de desenvolvimento constantes.

As empresas, esqueçam o “trabalho para a vida”, a carreira numa empresa durante longos anos e a recompensa financeira como principal e exclusivo elemento motivador das novas gerações. O desafio, atualmente, para atrair e reter talento é muito maior para as organizações e as práticas de gestão de pessoas têm que ser diversificadas e assentes nas atuais motivações e interesses destas novas gerações.

A atração de talento nos dias de hoje terá que passar por práticas e políticas que atendam às carreiras boomerang – rotatividade e readmissão de colaboradores – ao investimento em employer branding, aos novos conceitos de trabalho que possibilitem a flexibilidade e a compatibilização da vida pessoal com a vida profissional, ao propósito da organização, às suas estratégias e políticas de sustentabilidade, assim como à importância e investimento no desenvolvimento do talento.

As novas gerações procuram essencialmente organizações e projetos desafiadores, com um propósito, que não passa pelo vencimento em primeiro plano, mas por oportunidades de aprendizagem e de aplicação de competências, variedade de experiências e reconhecimento, com vivências diversificadas e que possam permitir contactos com outras culturas e países. As empresas devem ser recetivas a que os seus colaboradores possam entrar e sair, numa atitude de que cada vez que regressem à empresa, trazem novos conhecimentos e experiências com mais-valias para a organização.

As organizações devem estar muito atentas, também, à flexibilidade de horários e à conciliação de práticas que proporcionem um equilíbrio entre a vida pessoal e profissional, que possam trabalhar nos seus horários, com suporte tecnológico, de forma expedita, rápida e sem grandes burocracias. É a geração do “clique” e cuja vida pessoal e familiar tem um peso relevante. A vida vai muito para além do trabalho e da parte financeira, daí o reconhecimento que dão também às organizações que se preocupam com políticas de sustentabilidade e de bem-estar dos seus colaboradores.

Estamos a atravessar uma viragem na forma como se encara o trabalho. Atualmente os interesses são muito mais diversificados e, por conseguinte, as empresas terão que atender a muitos outros aspetos para manter e atrair os colaboradores mais jovens, que também são os mais qualificados.

 

Isabel Silva Luís

Diretora do CECOA. 





Contacte-nos

Lisboa

213 112 400 *

Porto

223 392 680 *

Coimbra

239 851 360 *

*Chamada para a rede fixa nacional