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As aprendizagens informais e o papel do m-learning e do social learning


Têm sido avassaladoras as mutações que assistimos nos campos da formação e da aprendizagem e no espaço de 2 décadas as metodologias assentes em modelos eletrónicos nasceram, cresceram e ... mudaram, num processo sem precedentes. Foram introduzidos novos desafios no campo da educação e da formação formal e muitos conceitos disruptivos no que respeita aos papeis instituídos: esboçaram-se novas abordagens pedagógicas; introduziram-se adaptações metodológicas; recorreu-se de forma sistemática e permanente às TIC – Tecnologias de Informação e Comunicação, e até surgiram novos perfis profissionais e funções ligadas à produção e adaptação de conteúdos on-line.
 
Os desafios mais recentes colocados nestas áreas relacionam-se, por um lado,  com a generalização e extensão da utilização dos dispositivos móves – smartphones e tablets – e, por outro lado, com as rede sociais que introduziram novas realidades e novos paradigmas na forma como aprendemos, trocamos informações e nos relacionamos, ao ponto de, a nível empresarial, cerca de 70% das aprendizagens hoje já se adquirem através de partilhas informais de experiências, ou seja fora dos modelos tradicionais assentes em métodos estruturados e formais com períodos de aquisição de informação – presencial ou on-line – e períodos de avaliação bem definidos. Deste modo urge acompanhar estas tendências, integrando as novas formas informais de troca de informações e conteúdos nos percursos de aprendizagem ao longo da vida. 
Só com esta flexibilização das metodologias seremos capazes de responder aos grandes desafios europeus e dar resposta concertada às grandes tendências no ambiente social – marcado por elevadas taxas de desemprego, globalização, novas formas de trabalhar e aprender (flexível e remotamente), novos hábitos de consumo, recurso a tecnologia – com grandes impactos na maneira como as populações vivem, se movimentam, trabalham e aprendem.
 
De facto as alterações no modo como aprendemos, ensinamos e comunicamos são tão profundas que se instalou um novo paradigma que o “mundo plano” de Thomas Friedman parece tão bem retratar, assente em novos modelos globais e de igualdade no acesso à informação e ao conhecimento. Hoje, em qualquer sítio, em qualquer lugar a informação está disponível e a libertação do desktop para o móvel parece ter promovido uma aquisição de competências, skills ou aprendizagens de uma forma natural, informal e quase orgânica, ao mesmo tempo que criou em cada utilizador um potencial criador de conteúdo, através das ferramentas de publicação de informação, como sejam as redes socias, os blogues ou os sites pessoais, conteúdo este que pode ser apropriado, trabalhado e usado pelos outros. 
 
Esta revolução nas formas intrínsecas do processo de aprender, que sai da esfera do detentor do conhecimento para a esfera das partilhas de experiências informais que se traduzem em informações e apropriações úteis aos nossos relacionamentos e desempenho de funções, determina uma nova Era.

Maria do Céu Ferreira
17 de maio de 2013




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