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SKILLS Portugal de 2018.

Entrevista às formandas vencedoras da categoria de Vitrinismo e à formadora que fez parte do júri.

 

O SKILLS Portugal viveu este ano momentos ímpares provocados pelo mau tempo que se fez sentir em Beja, onde se realizou o campeonato de profissões, e que obrigaram mesmo à interrupção das provas e a um atraso na publicação dos resultados. Mas como não há chuva que arrefeça os ânimos voluntariosos dos nossos formandos, o CECOA sagrou-se, mais uma vez, campeão com a obtenção, pelas nossas duas concorrentes, dos 1º e 2º lugares na categoria profissão de visual merchandising/vitrinismo.

Hoje damos espaço aos seus testemunhos, para compreendermos não só como se preparam, mas também como viveram esta competição e ainda como desejam viver o seu futuro profissional.

Espaço ainda para conhecer o “back stage” da competição através do testemunho da formadora Susana Rua que participou como jurada e nos falou sobre os parâmetros de avaliação dos trabalhos a concurso e da importância da participação neste tipo de competições para a promoção do CECOA e a sua formação.

 

 Marina Moderno, 2º lugar e Maria Couceiro, 1º lugar.

 

 

Maria Couceiro

O que reflete esta vitória na sua vida profissional?

Antes e no decorrer da prova, o meu grande objetivo sempre foi vencer o campeonato. Mas à parte desse objetivo, o importante para mim, era viver a experiência, o espírito competitivo, e ao mesmo tempo conseguir abranger mais conhecimentos. Para a minha vida profissional, depois desta experiência aprendi que nem tudo é como pensamos e como queremos, e que nem tudo corre sempre pelo melhor. Existem imprevistos e timings em que não dá para controlar e a única coisa a fazer é arranjar uma solução para ultrapassar os problemas. Contudo, ao longo da nossa vida vamos confrontar-nos com situações idênticas. O que realmente importa no fim, depois de todos os obstáculos, é dar a volta por cima e sair vencedor.

Qual o tema e o objetivo da montra levada a concurso?

O tema do projeto levado a concurso, era Alentejo, terra de herança árabe. O objetivo era promover a cidade onde o concurso foi realizado. Procurando influências deixadas pelos árabes na região do Alentejo. O meu projeto, tinha a ver com figuras arquitetónicas como a figura dos arcos da arquitetura árabe.

Que planos faz para o seu futuro profissional?

Para o meu futuro profissional, pretendo tirar uma licenciatura em design para me especializar, na área do design de interiores/mobiliário. No futuro, o meu objetivo principal é um dia criar uma marca realizada por mim. Enquanto esse processo estiver em construção pretendo trabalhar na área de visual merchandiser/vitrinismo e assim ir adquirindo mais conhecimentos profissionais.

Do ponto de vista pessoal, como foi vivida esta prova?

A nível pessoal, esta prova, desde a fase de pré-seleção até ao fim da prova nacional foi, como já disse, uma experiência com outra realidade fora do comum, houve o espírito de competitividade, mas de maneira saudável. Felizmente consegui obter o primeiro lugar com alguns desafios pelo meio, fiquei feliz e gostei imenso de toda a experiência. Contudo, depois destas duas fases, uma regional e outra nacional, o meu próximo objetivo é conseguir participar na prova a nível europeu, tentar e quem sabe, conseguir trazer uma medalha para Portugal na profissão de vitrinismo, sendo esta uma área muito pouco valorizada no nosso país. Seria um orgulho para mim e certamente para a formadora e para os profissionais do nosso país em vitrinismo.

 

 

 

 

Marina Moderno 

O que reflete esta vitória na sua vida profissional?

Esta vitória na minha vida profissional pode abrir algumas portas a nível de emprego, pois é uma mais valia para o meu currículo. E acima de tudo foi uma grande aprendizagem.

Qual o tema e o objetivo da montra levada a concurso?

O tema da montra foi “Alentejo - Terra da Herança Árabe”, os objetivos desta montra foram mostrar a Herança Árabe que o Alentejo deixou e também um pouco do Alentejo. Por exemplo, no meu projeto o fundo de montra eram as cores das casas do Alentejo: o azul e branco.

Que planos faz para o seu futuro profissional?

Futuramente gostava de entrar no mundo da decoração de interiores e exteriores, mas também trabalhar no mundo de vitrinismo pois adorava aplicar os conhecimentos que aprendi durante o curso.

Do ponto de vista pessoal, como foi vivida esta prova?

No meu ponto de vista este concurso só trouxe boas coisas. Na pré-seleção foi feito um mood board cujo tema foi o Livro de Sebastião Salgado – “Genesis”. Foi uma grande aprendizagem a nível de mood board e também na questão de cumprir com o tempo que tínhamos.

Na questão da preparação para a prova tivemos uma grande preparadora a professora Susana Rua que não podíamos pedir melhor, só pela paciência que teve para connosco. Quando fomos para Beja tínhamos algum receio do que nos podia acontecer se a prova iria correr bem ou mal. Mal chegámos tivemos uma receção em grande na Arena de Évora, tudo animado e deu para descontrair um pouco do pensamento da prova. No dia a seguir foi o começo das provas, eu e a Maria, a minha amiga e concorrente, íamos no autocarro a ver se sabíamos tudo de cor porque tínhamos de saber medidas. Já estávamos um pouco nervosas, mas sabíamos que ia correr tudo bem. Houve momentos de desânimo, pois estávamos a ver que não conseguiamos acabar a prova no tempo que tínhamos, mas houve pensamento positivo e lá continuámos. Faltava meia hora para acabar a prova quando nos dizem para sair da tenda e nós fomos sem nos apercebermos de nada e quando chegamos lá fora, dizem-nos que as provas foram canceladas por causa do mau tempo e a tenda estava a ceder. Ficámos tristes pois queríamos finalizar a nossa prova! Posso dizer que este campeonato foi super saudável pois todas no dávamos bem, e ninguém estava ali só para ganhar, mas sim para participar. O ambiente global foi muito bom, convivíamos com todos, fizemos amigos e acima de tudo também nos divertimos.

 

 

 

Susana Rua – Formadora

Do ponto vista pessoal, como foi vivida esta prova desde a fase de pré-seleção, de preparação e da prova nacional?

Numa resposta curta? Com toda a disponibilidade e uma boa dose de inteligência emocional! Ser jurada é assumir o compromisso com todos os envolvidos no processo, o CECOA e as nossas concorrentes, a equipa do IEFP responsável pela organização do Campeonato, os restantes elementos do Júri, os seus concorrentes e as entidades que representam, que vamos dar o nosso melhor – porque “fazer o possível” por vezes não chega e só com total disponibilidade se consegue gerir expetativas, ultrapassar com sucesso o imprevisto (e este Campeonato fica marcado pela imprevisibilidade), lidar com adversidade, ajudar a vencer a limitação, não só física (como o cansaço) mas também psicológica / emocional.

 

Quais são os parâmetros de avaliação dos trabalhos a concurso?

Os critérios são muitos e variados, de forma a avaliar todas as tarefas desenvolvidas pelos concorrentes, desde o processo criativo ao cumprimento das regras de higiene e segurança, e dividem-se em Critérios Objetivos e Critérios Subjetivos. A avaliação processa-se em três momentos, que correspondem aos três módulos que constituem a prova e é constante, ou seja, os concorrentes estão sempre a ser avaliados pelos jurados que, ao circularem pelo espaço da prova ,tomam notas sobre o manuseamento dos materiais, das ferramentas, do uso do equipamento de segurança, da organização e limpeza do espaço de trabalho, etc. No final de cada módulo, depois dos concorrentes saírem do recinto da prova, o júri reúne e avalia, critério a critério, cada concorrente, com base no trabalho visível, mas também nos registos dos procedimentos. É realmente um processo complexo, moroso porque se quer rigoroso, e que exige dos jurados a máxima isenção. É um momento de grande pressão, desgastante, mas consensual.

 

Que desafios considera que o futuro do comércio exigirá aos formadores de vitrinismo para preparar os futuros profissionais?

O grande desafio é a atualização constante. É imperativo investir no conhecimento das novas soluções, materiais e equipamentos, sobretudo dos recursos tecnológicos, que estão a revolucionar a experiência de compra e a alterar o comportamento do consumidor. O vitrinista de amanhã terá de considerar também o digital e de repensar o efeito “UAU” – surpreender quem passa é a cada dia mais difícil, mas também muito mais importante.

 

De que forma a sua participação nesta competição promove o CECOA e a sua formação?

O Campeonato é um veículo de promoção das profissões e, implicitamente, das organizações que atuam nas diferentes áreas da formação profissional. O CECOA é uma entidade de referência, no caso concreto do Vitrinismo, não só pela antiguidade do curso, mas também pela qualidade do mesmo, aferível através do sucesso obtido pelos formandos quando da integração no mercado de trabalho. Enquanto formadora, acompanhar o percurso formativo dos concorrentes e participar no Campeonato é ter a responsabilidade de representar a instituição, os seus valores, de promover a sua imagem e de dar a conhecer o trabalho desenvolvido por uma equipa multidisciplinar. Mais do que o resultado obtido, que foi excelente, procuro que a minha participação e dos concorrentes seja dignificante.

 

 

 Muitos parabéns às nossas concorrentes!





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