Excelência na Gestão
A temática da excelência reflete um assunto essencial na gestão das empresas modernas. Com efeito, verifica-se uma crescente pressão para atuar nos mercados globais com recursos limitados, o que tem levado os gestores a ponderar atuar tendo em vista não só a rendibilidade atual e futura, como também sustentabilidade das gerações vindouras. A excelência, segundo a European Foundation for Quality Management, pode ser definida como “alcançar e manter níveis de desempenho excelentes que atendem ou superam as expectativas de todos os stakeholders da organização”.
A adoção deste conceito permite que as empresas e organizações ganhem uma visão holística de si próprias, independentemente da sua dimensão, setor ou nível de maturidade. Tornam-se assim, mais atentas às necessidades de seus stakeholders e, sobretudo, aprendem a aprender, a inovar e a melhorar o seu desempenho global.
A nível mundial são diversos os modelos de excelência e o interessante é que se referem essencialmente às mesmas variáveis, com diferenças marginais. Assim, quer se trate do Business Excellence Framework (Austrália), do EFQM Excellence Model (Europa), do REDIBEX (América Latina) ou do Baldrige Performance Excellence Program (Estados Unidos da América), o objetivo destes modelos é estabelecer um enquadramento holístico para as empresas atingirem a excelência.
As capacidades apresentadas nestes modelos resultam de critérios validados que espelham práticas de gestão ‘estado da arte’ que, através da mensuração, permitem a comparação entre empresas e a adoção de boas práticas.
Com efeito, a terminologia usada é aceite internacionalmente serve de linguagem comum entre empresas, nomeadamente, em práticas de análise competitiva como é o caso do benchmarking.
Os modelos de excelência são particularmente interessantes não só porque nos ajudam a definir uma estratégia com maior clareza, uma vez que permitem conhecer com maior exatidão quais as fontes de valor, mas também porque permitem acompanhar a forma como a organização está progredindo em relação aos seus principais indicadores estratégicos.
Com efeito, pelo facto de estarem suportados na recolha de dados confiáveis, possibilitam uma monitorização muito próxima da concretização de objetivos em relação aos diferentes grupos de interesse, e também a produtos ou processos. Simultaneamente permitem a comparação com outras empresas (benchmarking), consistindo num referencial de análise estratégica e de controlo de gestão, aspetos essenciais para colocar os resultados nos níveis pretendidos (leia-se: excelentes).
Tendo em vista a difusão deste conceito essencial para a competitividade e sustentabilidade das empresas que foi recentemente lançado o livro «Excelência Organizacional». Este livro, publicado pela Bnomics, tem como base um modelo de excelência organizacional suportado nas abordagens europeias e norte-americanas e, simultaneamente, adequado à realidade portuguesa. Ao longo de 10 capítulos e com a participação de mais de cinco dezenas de autores são retratadas as diversas dimensões fundamentais para uma gestão de excelência, designadamente a liderança e ética empresarial; o comportamento organizacional; a estratégia e contexto organizacional; as pessoas; as parcerias, recursos e capacidades; os processos, produtos e serviços; a orientação para clientes e mercados e finalmente os resultados.
Álvaro Lopes Dias
26 de novembro de 2013