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O formador como elemento chave para a garantia da qualidade da formação profissional


A necessidade do aumento da qualificação e do reforço e atualização de competências da população portuguesa impõem o desenvolvimento de uma oferta de educação e formação profissional que contribua para uma melhoria efetiva do desempenho dos trabalhadores. A qualificação 
dos formadores constitui um fator chave na promoção da qualidade dessa oferta de formação.

Esta, tem vindo a ser identificada como uma das questões críticas no quadro das políticas de desenvolvimento e inovação dos sistemas de qualificações a nível europeu. Já em 2010 a Comissão Europeia e o Conselho da Europa (Comunicado de Bruges) convidaram os Estados Membros a apostar na formação inicial e contínua dos formadores que lhes possibilite a aquisição das competências necessárias para fazer face a uma actividade formativa cada vez mais complexa. 

Também a comunicação da Comissão Europeia ”Repensar a educação: investir em competências para melhores resultados socioeconomicos”, de novembro de 2012, reforça que a primeira influência na performance dos “aprendentes” (alunos ou formandos – o debate sobre esta 
dicotomia terá de ser remetido para uma próxima reflexão) centra-se na qualidade dos professores e formadores.

Mais recentemente, um estudo do CEDEFOP (Centro Europeu para o Desenvolvimento da Educação e Formação Profissional), de 2013, Trainers in Continuing VET: emerging competence profile, vem centrar a atenção nos formadores que trabalham sobretudo no quadro da formação 
profissional contínua promovida pelas empresas aos seus trabalhadores, realçando a importância de dispor de formadores qualificados de modo a garantir a qualidade da formação e, consequentemente, um melhor desempenho profissional dos trabalhadores.

É neste contexto que grande parte dos países da União Europeia, e não só, desenvolvem mecanismos de certificação de competências e de formação dos formadores.

Em Portugal, existem cerca de 300 mil formadores certificados, que exercem a sua actividade quer no quadro das modalidades de educação e formação do sistema nacional de qualificações, quer no quadro do mercado da formação profissional. 

Independentemente do âmbito de intervenção, podemos identificar um conjunto de desafios que se colocam permanentemente ao desempenho da atividade de formador: 

  • Diversidade de públicos - jovens, adultos, empregados, desempregados, pouco qualificados, altamente qualificados, públicos com deficiência e incapacidades,…;
  • Diversidade de contextos de intervenção - presencial, a distância, contexto de trabalho, redes sociais…;
  • Diversidade de papeis a assumir - formador de formadores, tutor em contexto de trabalho, mediador, consultor, gestor/coordenador de formação, concetor, avaliador, …;
  • Inovações técnicas e tecnológicas;
  • Restrições económicas e financeiras e elevada instabilidade do mercado de trabalho.

A formação inicial dos formadores é fundamental para o desenvolvimento das competências pedagógicas de base de suporte à sua actividade: preparar e planear o processo de aprendizagem; facilitar o processo de aprendizagem orientando-o para o cliente (formando); acompanhar e avaliar as aprendizagens; gerir a dinâmica da aprendizagem ao longo da vida; explorar recursos multimédia e plataformas colaborativas; gerir a diversidade (pedagogia diferenciada e pedagogia inclusiva); adotar atitudes de empreendedorismo e criatividade.

Não obstante a importância da formação pedagógica inicial dos formadores, esta não esgota a necessidade de uma aposta permanente em termos de reforço e de actualização de competências, sobretudo em áreas que promovam a inovação na aprendizagem, a motivação dos 
formandos para um melhor desempenho e a resposta eficiente e eficaz às necessidades de formação das empresas. 

Por outro lado, a tendência de evolução dos sistemas nacionais de qualificação aponta para o (re)desenho de qualificações baseadas em competências, facto que vem trazer desafios acrescidos à atividade dos formadores, designadamente à capacidade para orientar a formação em 
função dos resultados de aprendizagem esperados. 

Neste contexto, a formação contínua assume cada vez mais um papel fundamental para a diferenciação dos formadores no mercado de trabalho, contribuindo para elevar o seu nível de competitividade e de empregabilidade. O formador é cada vez mais um profissional multifacetado, de 
quem muito se espera, e que importa valorizar, considerando a importância e o impacto da sua atividade nas pessoas e nas organizações.

Elsa Caramujo





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