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A Importância da Formação Profissional nos Setores do Comércio e Serviços


O défice de qualificações dos portugueses é apontado como uma das causas para a fraca competitividade das empresas nacionais, para a deficiente empregabilidade dos ativos e para a pobreza dos indicadores estatísticos nacionais. Apesar dos esforços realizados para aumentar as qualificações da população portuguesa, há ainda um longo caminho a percorrer no que diz respeito a colocar Portugal nos lugares cimeiros das estatísticas europeias.

A ressentir-se dos efeitos do défice de qualificações, encontra-se a estrutura empresarial portuguesa, tipicamente assente em empresas de (muito) reduzida dimensão, lideradas, na sua maioria, por empresários também com baixas qualificações o que se reflete na qualidade da gestão e na dificuldade em adotar processos que coloquem a inovação ao serviço de uma procura cada vez mais exigente. A competitividade actual, a crise económica mundial, colocam estas estruturas, já de si frágeis, em situação de urgente adaptação à conjuntura, mediante o reforço das suas competências internas.

A Formação Profissional, sendo um instrumento de gestão estratégica, assume o duplo propósito de assegurar quer a melhoria das qualificações dos ativos, onde se incluem os trabalhadores e os próprios empresários, quer o aumento das competências internas das empresas, contribuindo, deste modo, para o aumento da competitividade empresarial. A formação foi e será sempre um investimento que importa asseverar com a certeza de que o seu retorno será visível nas capacidades técnicas, sociais e intelectuais da sociedade.

 

Também a certificação de competências obtidas por via não formal e informal, quer a nível escolar, quer a nível profissional, tem contribuído para transparecer os verdadeiros conhecimentos da população que, apesar de apresentar níveis expressivos de abandono escolar, revela níveis de conhecimentos obtidos pela via da experiência igualmente relevantes e que desta forma têm a oportunidade de ser reconhecidos socialmente.

 

É convicção desta Confederação que a concretização dos objetivos da formação, serão tão mais assegurados quanto mais se conseguir implementar no terreno medidas concertadas entre os vários agentes económicos e sociais. É a pensar nas sinergias criadas pelas parcerias institucionais, que a CCP tem vindo a aproveitar a sua própria representatividade, aliada à capacidade mobilizadora e interventiva das associações, suas filiadas, desenvolvendo projetos que se relacionam diretamente com a melhoria de qualificações.

Mas as parcerias da CCP não se esgotam ao mundo associativo do setor que representa. Também o CECOA, mais do que apenas um Centro no qual participamos, é um parceiro privilegiado na dinâmica formativa e também ao nível do estudo e informação sobre a evolução da formação profissional no setor.

A premência da formação profissional continua a ser uma realidade que urge dar resposta, muito para além da sua componente escolar. Fazer face a novas tendências de consumo, valorizar a componente do serviço, atender à importância das redes sociais na promoção do negócio, são apenas alguns exemplos, no âmbito do setor do comércio e serviços, por detrás da necessidade de novas competências a que importa responder com qualidade. A oferta formativa, para o setor do comércio, deverá proporcionar as ferramentas necessárias para um negócio sustentável mas também sustentado em competências que, não descurando a inovação e a evolução de qualquer negócio, permitam, acima de tudo, saber responder às exigências atuais e futuras.


João Vieira Lopes
Presidente CCP

 





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